A história do Hip-Hop nasce nos guettos negros de Nova Iorque nos anos 70, e afirma-se como o mais importante movimento negro e jovem da actualidade.
Muitos países foram construídos com o trabalho escravo de negros raptados das suas terras em África. Em muitos locais a abolição da escravatura foi conseguida através da luta e revolta, batalhas incontáveis, meras notas de rodapé nos livros de História, cheios de heróis brancos tão generosos, que estenderam a mão para tirar, tanto índios como negros da sua ignorância, dos seus costumes bárbaros e das suas religiões pagãs.
Nos guettos americanos juntaram-se aos negros outros marginalizados, mas, se periferia é periferia em qualquer lugar, o que terá acontecido para que o Hip-Hop surgisse naquele lugar ? Para entender o nascimento deste movimento teremos de voltar alguns anos na História.
A nossa geração reconhece o Apartheid no sistema político da África do Sul, com as suas leis que, ainda há poucos anos, garantiam naquele país o poder político e económico a uma minoria branca. Deve saber-se que o Apartheid era uma divisão de raças.
Muitos estados americanos, sobretudo os do Sul, onde a escravidão foi mais difundida, tinham até à década de 60, leis semelhantes às do Apartheid. Nos autocarros existiam até bancos separados para negros e brancos, em muitos lugares os negros nem podiam entrar. Até 1954, as escolas públicas eram ou para brancos, ou para "pessoas de cor". Tudo isto na mesma época em que os americanos travavam a Guerra-fria com a União Soviética. Devem lembrar-se que a principal crítica dos capitalistas dos Estados Unidos da América era a falta de liberdade individual nos países comunistas.
Para eliminar a segregação, grupos de negros começaram a organizar-se nos E.U.A, cada organização defendia uma estratégia. Malcolm X e Martin Luther King foram os líderes que mais se destacaram e durante um certo tempo representaram as duas alternativas opostas para os negros americanos na luta pelos seus direitos.
Malcolm era filho de um pastor protestante assassinado pela Ku Klux Klan (organização racista norte-americana), por defender as ideias do também pastor Marcus Garvey, que, nos anos 20, defendia que a saída para a questão da discriminação era a volta dos negros dos Estados Unidos da América para sua verdadeira terra, a África. Órfão, Malcolm enveredou pelo caminho do crime e acabou por ser condenado à prisão, onde se converteu ao islamismo. Seu sobrenome de baptismo, Little, foi trocado pela incógnita "X", para ao mesmo tempo negar a herança escrava. Passou a integrar a "Nação do Islão", seita que pregava, literalmente, que "o homem branco é o demónio", como a espécie humana surgiu na África, eles afirmavam que a pele clara dos europeus era uma espécie de degeneração.
Só que o pensamento de Malcolm passou por uma transformação radical em 1964, quando viajou para a cidade de Meca, na Arábia Saudita, um dever que todos os muçulmanos têm que cumprir pelo menos uma vez na vida, pois encontram-se lá os principais santuários dessa religião. Foi ali, em pleno Médio Oriente, que o líder americano percebeu que as diferentes raças poderiam conviver em paz. São poucas as pessoas que ainda se lembram disso, mas a partir dessa época Malcolm passou a acreditar que os brancos poderiam ajudar os negros a alcançar os seus direitos.
Antes de se falar é preciso conhecer, antes de criticar ou negar tem que se compreender a essencia das coisas, como tal não percam as proximas partes da historia...
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