quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Primeiro Natal da ditadura moderna...



Embora não fosse nascido na altura sempre me rejubilei com o 25 de Abril, a nossa revolução dos cravos, o nosso grito da liberdade,das únicas revoluções mundiais onde não foi derramado sangue. Prestes a chegar ao dia 25 de Dezembro, penso a nossa situação actual.

Bairros sociais começam a ser demolidos para dar lugar a condomínios de luxo, taxa do sistema nacional de saúde sobe com o argumento que as urgências devem ser usadas apenas uma ou duas vezes por ano, os níveis de stress sobem na população, chega a precariedade e a incerteza que rouba ao português o direito de fazer planos futuros.

Ensino universitário está de tanga, empregabilidade escassa, diploma não vale sem a cunha e a cunha não vale nada se muitas vezes não se baixar a cueca. Jovens são obrigados a abdicar de ideais e da opinião para alcançarem um emprego, embora precário que lhes dê uma estabilidade de meio ano. Inconscientemente este acto de nos "normalizamos" para alcançar algo que é nosso por direito está a controlar o ímpeto normal na juventude.

Nações poderosas de Europa comandam a seu belo prazer, duas mãos cheias de nações democráticas de soberania absoluta. Cortam-se subsidios, aumenta-se o horário de trabalho e o despedimento torna-se cada vez mais fácil, tornando o Português outrora povo de alegria e hospitalidade contagiante, um povo deprimido e frio. Apesar de todos os sacrificios o primeiro ministro avisa que o ano que se segue será um ano de ainda mais sacrifícios, será possivel??

Aconselha a população da faixa etária dos 40 a não confiarem no sistema de pensões, que brevemente ficará reduzido a metade dando como solução investimentos bancários e poupanças,será possivel haver poupança sem dinheiro?

Primeiro-ministro aconselha a emigração como solução, alegando que os Portugueses sempre deixaram boas marcas no estrangeiro, esquecendo-se das marcas que ficam, das lágrimas, das saudades, da perda de identidade e da ideia de exclusão de um País que é nosso.

As greves surgem mas perdem força enquanto vão ganhando força as cargas policiais. Existe o medo do despedimento que vai silenciando a população.

Pouco a pouco, com a população stressada na corrida atrás do Euro, o medo, a precariedade, o abandono de ideais, o abandono do poder de contestação e de luta, a formatação dos jovens estamos a caminhar a passos silenciosos para um novo estado ditatorial e o mal disto é que ninguém se está a aperceber. Quando ganharmos real consciência será mau sinal, será sinal que é tarde demais e que já estamos presos a este novo regime... Sejam Bem-vindos à nova ditadura!!

2 comentários:

  1. o mal disto tudo é ele ter dito a verdade... se tivesse mentido as pessoas ficavam iludidas, num mar de rosas. Não estamos numa nova ditadura, esta ditadura dura há já uns anos com políticas erradas, umas atrás das outras, desde que o Cavaco era pm.... só que agora acabou o dinheiro e vieram as facturas que não pagamos nas últimas 2 décadas....

    Chegaram as contas a casa e vamos ter que pagar bem por elas, mesmo as que não nos dizem respeito... devia existir uma coisa chamada responsabilidade democrática, ao que parece há uma chamada imunidade, e eles não pagam pelos erros que cometem, e nesse caso, não sendo chamados à responsabilidade não percebo os altos salários e benifícios que usufruem, afinal a respnsabilidade que têm das suas obras é a mesma que de um trolha, paga quem fica com a casa (nós)...


    Bom Natal, com ou sem ditadura o meu pensamento continua livre....

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