PItas que... não eram pitas!!!

Quando a nostalgia me faz abrir o baú das recordacoes e olhar para traz rapidamente um misto de confiança e saudade se apoderam do meu ser.

O secundário que para muita gente é uma epoca de revolta e vivem os seus dias pensando na entrada na universidade conseguindo assim abrir a porta do armario e finalmente conhecer o mundo de forma nua e crua. Saudades do secundário, dos dias em que se falta as aulas e se suspira a porta da escola com o parceiro “Fdx, não se faz nada!”, da mitica CX a verdadeira familia que marcou uma epoca dourada, saudades daqueles grandes amigos com quem não estamos á bue mas que continuam a ser donos da minha amizade, aqueles primeiros copos, daqueles cigarros fumados á mitra, aqueles manos de sempre, aquele barrako que o tempo o derrubou, o mitico subchuts sempre a fumegar, daqueles cafés com ameaça de expulsão numa biblioteca municipal perto de nós mas o que me deixa realmente pensativo é a injustiça que todos como eu cometeram a chamar “Pitas” a algumas miudas do nosso secundário.

Uns anos mais tarde, quis o destino que mudasse de ares rumo a Covilhã. Boa cidade, Bom espirito, acolhedora, simpatica, onde encontrei alguem com quem divido lagrimas e partilho sorrissos, onde me trouxe um parceiro para o crime que com amor á camisola lá vamos deitando conteudo puro de alto teor de cultural para a rua, onde me trouxe tambem grandes amigos e grandes pessoas que me mostram outras maneiras de ser e de viver. Foi nesta cidade que percebi o quanto injusto fui em chamar “Pitas” a miudas do meu secundario, não eram pitas não, eram apenas miudas mais novas que lá iam vivendo e fazendo as coisas de maneira diferente da nossa. Verdadeiras pitas são aquelas que tentam viver mais tarde o que não viveram na altura certa... mas isso só saberia anos mais tarde.

“toma lá para não pensares que és esperto!”... È bem feito, lá está a Covilhã a dar-me lições!